As várias faces das férias

Nas férias, a decisão entre o ócio e o trabalho merece atenção redobrada, pois – como na maioria das coisas – a prática de atividades neste período deve ser dosada. A sede insaciável por festas, viagens ou mesmo por conhecimento causa efeitos indesejáveis durante as desejadas férias. Por outro lado, as pessoas que ostentam o “fazer nada” caem em um poço tão profundo quanto os que “fazem demais”, já que um precioso tempo e inúmeras oportunidades são desperdiçadas em horas cada vez mais consumidas pelo sono.

A psiquiatra Ana Beatriz Silva conceitua a presença de crises de ansiedade, angústia, dores de cabeça e/ou musculares, náuseas e fadiga em indivíduos que encontram-se fora de suas atividades como a Síndrome do Lazer. Assim como o popularmente conhecido “workaholic, o indivíduo afetado apresenta este diagnóstico devido a características biológicas, psicológicas, sociais e culturais. A doutora adverte os pacientes que sofrem dessa compulsão que por ser “tão obcecado em agir no trabalho [...] ele pode, na verdade, estender suas tarefas retardando suas conclusões e prejudicando com isso a sua produtividade final”. Com uma tese semelhante a esta, Iñaki Eguiluz, chefe do Serviço de Psiquiatria do Hospital das Cruzes, na Espanha, afirma que “a oportunidade de romper com a rotina pode provocar, em algumas pessoas, estados de ansiedade, fobia e depressão, já que elas têm que decidir aonde ir, como e com quem".

Totalmente opostos a esse fenômeno que outros especialistas batizam de "estresse de férias", encontram-se os objetos de estudo da psicóloga Elisa Sanches. A pesquisa analisou comportamentos como a pretensão de viajar quatro cidades européias em uma semana. Apesar de não ser viável nem recomendável, a procura de atividades como essa é cada vez maior, pois estas pessoas estão determinadas a desfrutar de seu tempo livre. De acordo com a psicóloga que ministra cursos de controle de estresse afirma, “esta atitude nada mais é do que uma multiplicação do stress”.

A busca pelo corpo “do verão” também marca as mudanças de comportamento mais comuns no período de férias. Neste caso, vale “bater mais uma vez na tecla” do CUIDADO. Emagrecer, tonificar músculos e “pegar aquela corzinha” são mudanças que devem ocorrem em longos prazos. No outro extremo dessa mesma história, estão aqueles que não aproveitam o momento ocioso para transformar algo em si ou na própria vida.

Não opte pelos extremos! Aproveite da maneira correta cada dia de folga. Faça que suas férias sejam lembradas o resto do ano.

E você, como você aproveita suas férias?


Fonte:http://www.dialogosuniversitarios.com.br