1) as mulheres foram mais modestas ao se avaliar;
2) elas preferem cargos em que a necessidade de trabalhar coletivamente se sobrepõe à necessidade de tomar decisões mais solitárias (e os postos de mais alto escalão, quase sempre, são do tipo oposto).
As duas conclusões devem ser vistas com cuidado, já que a “mulher modesta” e a “mulher que gosta de trabalhar em grupo” são estereótipos – os pesquisadores, mesmo tentando ser isentos, podem ter encontrado o que esperavam encontrar. Mesmo assim, é um bom exercício imaginar hipóteses para explicar os dados.
Uma delas é linear: por não se expor muito (por causa da modéstia e do trabalho coletivo), muitas mulheres escondem o próprio desempenho e, por isso, não alcançam cargos com maior poder. A autora do livro “O Paradoxo Sexual”, a psicológa americana Susan Pinker, sugere uma explicação parecida. Ela diz que as mulheres, em geral, ganham menos que os homens não porque recebam salários inferiores em postos similares, mas porque preferem trabalhos cuja remuneração é menor.
A outra hipótese é de um ciclo maligno: mesmo sendo modestas e gostando do trabalho coletivo, mulheres esperam reconhecimento. Como o valor delas é menos percebido do que gostariam, elas sofrem alguns danos na autoestima profissional e se retraem. O resultado: elas parecem cada vez mais modestas e, de certa forma, escondidas no trabalho em grupo.
Sobre o estudo: participaram da pesquisa cerca de 70 gerentes e 1800 subordinados de 14 empresas nos Estados Unidos. O método foi o seguinte: os gerentes avaliaram os subordinados, e os subordinados avaliaram a si próprios.
Fonte: Época Online
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