No início do ano, boa parte das universidades abrem seus editais que tratam da transferência escolar. Muitos estudantes, porém, têm dúvidas em relação a esse processo, quais impactos que essa mudança pode ter no futuro profissional e, ainda, em quais situações se deve realmente tentar uma transferência.
Antes de mais nada, o diretor da graduação da ESPM-SP, professor Luiz Fernando Garcia, explica que as universidades abrem essas vagas de transferência para complementar o número de vagas que estão autorizadas a oferecer. Ou seja, se um curso permite a matrícula de 200 alunos, mas não consegue preencher as vagas ou ao longo do curso alguns alunos desistem formalmente, a instituição poderá abrir o processo de transferência, para que alunos de outras instituições possam fazer a mudança.
Essa troca, porém, não é tão simples quanto pode parecer. De acordo com Garcia, por mais que haja grande similaridade entre os cursos, o aluno possivelmente terá que passar pela “adaptação”, ou seja, cursar disciplinas de semestres anteriores que não teve na instituição de origem. “Quem se transfere quase sempre tem a duração do curso estendida”, explica Garcia.
Na prática, como as grades curriculares das instituições dificilmente são perfeitamente correspondentes, um aluno que faria o curso de Administração de Empresas, por exemplo, em 4 anos, vai acabar fazendo em 5 anos, em média. “Esse é um dos principais custos da transferência”, lembra Garcia.
Principais motivos
As razões que levam os estudantes a buscar uma transferência são muitas, mas vamos focar nas razões mais usuais: motivos familiares, não gostou da universidade que está, ou está buscando uma instituição que considera melhor.
De acordo com Garcia, muitos estudantes buscam o processo de transferência, pois não conseguiram entrar na faculdade que realmente queriam via vestibular e acabaram indo cursar sua segunda opção. “Ele queria determinado curso, mas como não passou no vestibular acaba se matriculando na segunda opção e depois tenta a transferência”, explica Garcia.
Essa estratégia, porém, guarda certos riscos. Em primeiro lugar, não é garantido que todos os anos serão abertas vagas para transferência, “a oferta é imprevisível”, diz Garcia, e, em segundo lugar, possivelmente o estudante vai demorar mais para concluir o curso, “se a pessoa tem pressa de se forma é melhor ficar no curso”, lembra o professor.
Faz diferença na carreira?
Sobre as empresas, Garcia explica que há basicamente dois tipos de condutas: aquelas que simplesmente não se interessam pelo histórico escolar do aluno, avaliando apenas onde ele se formou, ou seja, quem emitiu o diploma, e aquelas que vão observar com um pouco mais de interesse a trajetória acadêmica do profissional.
Segundo o professor, empresas como o Google lidam com a modelagem norte-americana de avaliação, ou seja, analisam o histórico escolar do candidato na hora da seleção. Se um estudante, por exemplo, tem nesse histórico, uma graduação feita dois anos em uma faculdade e o restante em outra, ele possivelmente será questionado pelos empregadores.
Porém, mostrar que você fez essa alteração pois sentia que seu perfil não se enquadrava ao da instituição em que iniciou sua graduação, ou porque estava em busca de uma universidade que considere melhor, pode contribuir positivamente em uma colocação.
Garcia acredita que cada vez mais as empresas vão passar a analisar com maior cuidado o histórico escolar do aluno e, aqueles que mostram que foram atrás de uma faculdade mais coerente com seu perfil ou com seus interesses serão bem vistos.
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