
Maykon Barros, 29 anos, é um exemplo disso. Aos 18, ele foi convidado por um primo para trabalhar na rede de salões de beleza Jacques Janine. “No começo eu não sabia nada, queimava o braço, cortava os dedos, mas achei que ali havia uma oportunidade, então resolvi vencer o preconceito”, conta. Logo no primeiro ano, Maykon fez vários cursos e, enquanto um auxiliar levava três anos para tornar-se cabeleireiro, em pouco mais de um ano ela já era profissional.
Apesar do sucesso como cabeleireiro, desde criança o sonho de Maykon era ser Presidente da República.

Com 6 mil votos, Maykon não conseguiu se eleger vereador, mas tornou-se presidente da Juventude Municipal do Partido da República. Nesse meio tempo, também iniciou a faculdade de Gestão Ambiental e deixou os salões de cabeleireiro – passando a atender por conta própria, na casa dele e na das clientes. “Foram oito anos vivendo quase apenas dos resultados obtidos no Jacques Janine. Lá aprendi a ter disciplina, saber ouvir, ter muita responsabilidade, pois qualquer que fosse o resultado do meu trabalho ele seria visto cara a cara... e uma mulher brava é o maior perigo do mundo”, brinca.
Hoje, ele atua como analista ambiental, tem uma empresa de cosméticos, dá aulas de Educação Ambiental e ingressou na faculdade de Engenharia Ambiental na Universidade Cidade de S.Paulo (Unicid), onde cursa o 3° ano e também é o Presidente do Grêmio Estudantil. “O próximo passo é conseguir um estágio em um canteiro de obras e sair candidato novamente a vereador, no ano que vem.” Maykon acredita que a versatilidade profissional é importante para acumular muitas vivências em diversos horizontes, o único problema é a falta de tempo. “Meu foco agora é a faculdade, mas tem dia que preciso fazer tudo, então cochilo por umas duas horas e trabalho o tempo todo.”
Diversos papeis – O acúmulo de obrigações muitas vezes também complica a rotina de Heloá Andrade, 22 anos, que divide suas horas entre a faculdade de Direito na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Papel em Flor, uma loja online de arte em papel e origamis. Ela sempre gostou de trabalhos manuais e começou a fazer origami no primeiro ano do curso de Direito. “No início era apenas curiosidade, saber qual era o máximo que eu conseguiria com uma folha de papel”, lembra.

Heloá já trabalhou como assistente em uma Ouvidoria e há dois anos participa de um projeto de pesquisa. O fato de sempre receber encomendas de última hora ou com prazo curto atrapalha um pouco a organização de sua agenda. “O curso de Direito requer muita leitura e o origami muita dedicação e paciência. São atividades que demandam tempo”, explica.
Com a graduação chegando, Heloá não pensa em deixar de lado a Papel em Flor. Sua intenção é abrir um ateliê, que também sirva de referência para os clientes. Ela também pretende advogar e investir na carreira acadêmica, garantindo a flexibilidade necessária para se dedicar à loja virtual.
“Pretendo manter as duas atividades porque considero que elas me proporcionam um equilíbrio e se complementam na minha realização pessoal. A Papel em Flor é como uma válvula de escape ao formalismo do mundo jurídico”, diz.
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